Cercal do Alentejo , Porto Covo , Sines

terça-feira, 18 de maio de 2010 13:14 Publicada por Patrícia Guedes
Com umas sanduíches gourmet na bagagem seguimos para Porto Covo. A caminho, não resistimos a visitar a Ilha do Pessegueiro, alcançável de barco na época estival. Situada a cerca de 250 metros da linha da costa, foi ocupada quer na Idade do Ferro, quer no período Romano, como local de salga de peixe. Presentemente desabitada, acolhe as ruínas de um forte filipino inacabado do século XVII, bastante afectado pelo sismo de 1755. Em terra, é melhor avistada a partir de uma fortificação gémea da que se encontra na ilha, também construída durante o reinado de Filipe III, como protecção contra as incursões de piratas e corsários. Já em Porto Covo, deixamo-nos enfeitiçar pelo largo principal, com a sua igreja e respectivo adro, uma das maravilhas da urbanização e da arquitectura popular alentejana, datado do século XVIII.
Foi inspirado no modelo pombalino da baixa lisboeta, daí ter por nome Largo Marquês de Pombal. Dele parte uma avenida rumo à pequenina Praia dos Buizinhos, de areias finas e águas límpidos e tranquilas. À direita a Praia Grande, dotada de bandeira azul e ondulação mais forte, convida à prática de surf, entre outros desportos náuticos.

Apesar do actual carácter cosmopolita, Porto Covo esteve, até à década de 80 do século passado, sempre associado à pesca artesanal. A começar pelo seu próprio nome, que deriva dos “covos” – armadilhas para polvos e mariscos, ali introduzidos por pescadores de Setúbal, Peniche ou Aveiro.
Prosseguindo em direcção a norte, Sines oferece uma paisagem mais urbana. O Parque do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina termina aqui.

Neste passeio de maresia, descobrimos praias escondidas, troços de arriba baixa, cordões dunares e um infindável cortejo de ilhotas e recifes


A zona histórica, que se estende pela falésia desde o Castelo ao Forte de Revelim, guarda o seu encanto. desprendem-se os núcleos medievais (Rua Cândido dos Reis e Teófilo Braga), o Largo da Atalaia e, claro, o recém instalado Centro de Artes de Sines, já considerado um marco na história da arquitectura contemporânea nacional (Atelier Aires Mateus). Foi galardoado com os distintos Prémio Enor 2006, entregue em Vigo, e o Prémio alemão ContractAward, na categoria Educação.

Um salto à Praia de São Torpes para petiscar uma saladinha de povo no restaurante Trinca-Espinhas torna a despedida mais doce. E deixa que levemos connosco o retrato deste magnífico oceano, comunidade constante nestes últimos dias.

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